Meu caro Meira
Que chega de bom é esse o meu desejo. Hoje faleceu o juiz daqui, e como falando com o visconde de Pedralva, me deixou ver que o meu amigo é que se interessa pelo Queirós, é meu dever lembrar-lhe que ele não é bem recebido por ser Jesuíta. Como eu não tenho parentes para este lugar, o meu interesse é todo do partido, e como tal vejo que não é de boa política ser nomeado para aqui quem é parente do Porto, e de todos os Talassas de cá e de Lacerdas de Vasconcelos. Que venha para cá quem queira, mas um homem que seja democrático, um homem e não um jesuíta. As nossas amizades devem ser postas de parte para não servirem inimigos nossos, aliás do regime. Olhe bem para os monárquicos militares que aproveitando a ingenuidade de uns, e do Camachismo de outros, como eles apareceram para ver se pegava. Este movimento deve servir de lição para termos sempre distância de quem não e republicano. O Governador Civil é que me pediu para lhe escrever, isto é por eleição ir amanhã à terra lhe não poder falar pelo pouco tempo que aí tem. Ele não conhece o homem e como sabe é de conveniência que nós friamente olhemos para o dia de amanhã. Façamos política de alcance e de ser proveitosa para o futuro. Pense e se em sua consciência entender o bem da política que devem por de parte esse Queirós, façam-no. Veja o nosso correligionário da Junta Geral Gomes, e não se esqueça deste rifão,- antes que cases vê o que fazes-. Se querem ter o juiz dos Arcos, o Sousa – que não fura paredes mas é bom homem pode ajudar-nos Há um de Mourão que quer vir para aqui, não sei o que ele é, e não haja pressa e faça-se uma decisão acertada. O Figueiredo da Guerra, quer ir para Mourão e esse é nosso amigo e ali recebem-no bem. Julgo Conveniente que escreva para Lisboa para pensarem até que friamente acertem.
Saúde boa é o que eu lhe desejo
Seu amigo velho
Antunes Viana |
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