domingo, fevereiro 18, 2007

O Golpe das Espadas

Os oficiais das forças armadas eram, de uma maneira geral, neutrais perante a situação política, com excepção dos militares ligados à carbonária (Machado dos Santos) e os Jovens Turcos (Norton de Matos, Sá Cardoso, etc).
Os subalternos, pelo contrário estavam fortemente politizados e este facto, conjuntamente com a acção da formiga branca, fez com que a disciplina militar desaparecesse rapidamente dos quartéis.
Na Marinha, o corpo militar mais politizado, os oficiais monárquicos foram afastados sendo promovidos, com base na sua lealdade politica, indivíduos incapazes. Em 1913 a maioria dos navios estava atracada ou inactiva devido a danos provocados por acidentes. Um dos cruzadores encalhou com perda de vidas e do próprio navio.

Os oficiais das forças armadas não eram aumentados desde 1896. A modernização muitas vezes prometida não passava do papel e mesmo assim os planos eram absolutamente megalómanos. A construção/compra de dois couraçados tipo Dreadnougth constava deles.

Os desejos de Beligerância de Bernardino Machado e Afonso Costa, aliadas às derrotas sucessivas do exército Português em África e conjuntamente com as deserções em massa e às condições insalubres proporcionadas aos militares, fizeram com que estes abandonassem a sua posição neutral de modo a evitar uma aventura militar fatal.

Estavam então reunidas as condições para um golpe militar, faltava apenas a gota que faria transbordar o copo.

Em Janeiro de 1915, a carbonária da Figueira da Foz exige a transferência do comandante do regimento de Infantaria 28, estacionado então naquela cidade, o Major Craveiro Lopes (Pai do Futuro Presidente da Republica Craveiro Lopes). Este tipo de exigências era bastante normal, tal como normal foi o assinar o despacho de transferência pelo ministro da Guerra. Mas a situação não era a mesma de outros tempos e o reacção foi tudo menos que normal.
Um grupo de oficiais oportunamente indignado com este acontecimento banal, entregou as suas espadas ao Presidente Arriaga. A reacção do Governo de Victor Hugo foi o de ordenar a sua prisão imediata enquanto a imprensa afecta ao Partido Democrático apodará os oficiais de “Perigosos Conspiradores Monárquicos”, por isso esta entrega de espadas corria o risco de não passar de mais um “fait-divers” tão normal nesses dias. Em 22 de Janeiro, ocorre um golpe de teatro. O herói da república, Machado dos Santos, dirige-se ao palácio de Belém e entrega, numa encenação melodramática a “espada da rotunda.

Como ninguém em Portugal podia chamar de “conspirador Monárquico” a Machado dos Santos, a maioria dos oficiais do exército impedidos de chegar ao Presidente Arriaga ofereceu as suas espadas (através de telegrama) ao oficial do exército mais antigo, o General Pimenta de Castro.
Antevendo a possibilidade de o governo ser demitido, Brito Camacho organiza ele próprio cerimónias de entrega de espadas e publica inflamados artigos contra o governo no seu Jornal “A Luta”
Rapidamente a situação descambou para a anarquia. Agitadores anti-Partido Democrático sabotavam o embarque de tropas para África. Em face disto Victor Hugo, tenta fazer com que Arriaga assine um decreto que declare o estado de emergência e suspenda as garantias constitucionais. Arriaga recusa e demite o governo.
Mas, para grande descontentamento de Brito Camacho, Arriaga convida Pimenta de Castro, seu amigo pessoal a formar governo. Este tinha sido ao mesmo tempo eleito pelos oficiais rebeldes para defender os seus interesses, depois da “desistência” do chefe do estado-maior, General Martins Carvalho.

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1 Comments:

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